Esporte Espetacular debate casos de violências contra mulheres cometidas por futebolistas

11/01/2021 00:42

Veja a reportagem completa aqui.

O programa, que foi ao ar no dia 10/01, abordou casos de violências cometidos pelos jogadores: Robinho, Bruno, Jean, Henrique, Fernando, Eduardo e Alexi. Os quatro últimos referentes ao estupro coletivo de uma menor na Suíça em 1987. A reportagem ouviu diferentes pessoas envolvidas, especialistas e pesquisadoras/es que se dedicam ao estudo do futebol sobre a questão: Por que comportamentos violentos contra mulheres se reproduzem também no futebol profissional?

A antropóloga e jornalista Carmen Rial foi uma das entrevistadas. Em 1987, ao deparar-se com o apoio de grande parte da imprensa brasileira, de autoridades e torcedores aos quatro jogadores do Grêmio (RS) que estupraram uma adolescente de 13 anos em um hotel em Berna, publicou em parceria com a também antropóloga Miriam Grossi o artigo “Os estupradores que viraram heróis”. Ao Globo esporte, Carmen lembrou:

“Miriam Grossi e eu, que já éramos feministas na época e sabíamos que isso seria absolutamente condenável e condenado socialmente em muitos lugares. No Rio Grande do Sul, não foi. Foi por isso que a gente escreveu aquele artigo que foi publicado em um jornal muito pequeno de São Paulo, mas importante. Um jornal feminista, o Mulherio”

Nesta entrevista, Carmen relembra o fato ocorrida na década de 1980, comparando com os demais casos. Pondera que o futebol, como espetáculo, não deve ser utilizado como um espaço para a ressocialização de futebolistas que cometeram crimes violentos contra mulheres:

“a ideia de voltar a atuar no futebol e ressocializá-los é errada. Porque a imagem que a gente está passando para a sociedade – a mensagem que a gente está passando – é outra: você pode fazer, nada vai mudar nossa vida.”

Clique aqui e leia o artigo na Mulherio

RIAL, Carmen;GROSSI, Miriam. Os estupradores que viraram heróis. Em Mulherio (Fundação Carlos Chagas) n. 32, outubro de 1987 p.3-4.